sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

SER PASCOM

Como os dois remos, necessários para tocar o barco que sobe a correnteza, a Pastoral da Comunicação deve desenvolver duas dimensões complementares; só assim, se manterá e chegará ao lugar certo. A primeira dimensão é a busca de "integração" em favor da Pastoral de Conjunto na Igreja; a segunda, é a construção de uma relação "missionária" da Igreja com o mundo.
A Igreja é servidora; por isso, a Pastoral da Comunicação coloca-se como parceira de todos os que, pela comunicação, querem fazer uma sociedade mais solidária, justa e fraterna. A comunicação não é apenas um meio para a solidariedade; é a primeira e mais básica manifestação de solidariedade.  A Pastoral da Comunicação, portanto, procura ajudar na integração da comunidade e, ao mesmo tempo, participar da ação da comunidade na sociedade, sempre sem perder de vista a construção do Reino a que somos chamados por Cristo.

PERFIL DO COMUNICADOR
O comunicador cristão, seja ele uma liderança religiosa, um Agente da Pastoral da Comunicação, um profissional da área ou um animador da comunicação no espaço educativo, deve apresentar um perfil psicopastoral em que se destaque: 
  • Uma reconhecida capacidade de se relacionar, o que significa capacidade de manter institucionalmente o diálogo com as várias tendências presentes na comunidade e diocese, assim como capacidade de cultivar uma tolerância responsável. 
  • Uma comprovada criatividade na descoberta de soluções para os problemas de comunicação com os quais tiver de lidar, buscando respostas novas e adequadas para situações igualmente novas.
  • Uma condição de visibilidade e de significabilidade, o que significa que o comunicador deve ser importante e significativo para a comunidade, pelo seu testemunho de coerência e tolerância, por sua transparência e sua capacidade de facilitar a todos que se expressem e se comuniquem. Cabe a ele garantir para o receptor o seu lugar de protagonista na comunicação de todas as fases do processo: planejamento, execução e avaliação.
  • Uma abertura para manter-se permanentemente em situação de aprendizagem, fato que levará o APC a buscar permanente atualização nos campos da teoria e tecnologias da comunicação. Enfim, uma profunda abertura para o exercício do diálogo, elemento essencial e específico do projeto cristão de comunicação. (Estudos da CNBB,75/226-232 Ed. Paulus) 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Jesus Cristo, comunicação sem contradição

     Toda reflexão sobre comunicação inclui o tema da complementaridade ou contradição entre meio e mensagem. Para uns, como os famosa Escola de Frankfurt, o meio já é mensagem, existindo uma simbiose perfeita entre um e outro, que carrega seus valores e defeitos. Para muitos, no entanto, o meio tem valores intrínsecos, independente da mensagem e esta, por sua vez, utiliza-se daquele para ser transmitida. Os pensamentos variam mas um coisa é certa: meio e mensagem se complementam e se distinguem.
            Para o comunicador cristão que mergulha em Deus-Comunicação, existe um modelo perfeito que é Jesus Cristo, comunicador do Pai. E ele é base a vida e da ação de quem faz comunicação cristão, justamente, porque, n’Ele  não há contradição entre meio e mensagem.
            Jesus Cristo é “Palavra que se fez carne” (Jo 1, 14a). É mensagem que se fez meio, é teoria que se fez prática, é idéia que se fez atitude, é discurso que se fez ação de amor no meio do mundo.
            Na comunicação de Jesus não há contradição, não há limites entre céu e terra, entre história e eternidade. Tudo n’Ele é simbiose perfeita, é síntese. As rupturas comunicacionais existem tanto quanto mais existe distanciamento da Pessoa de Jesus Cristo. O comunicador que se aproxima dele, afasta-se da contradição.
            “E habitou entre nós” (Jô 1, 14b). Jesus não é comunicação distante, fria, acética. É comunicação próxima, encontro com a natureza humana, olho no olho da realidade de cada homem e mulher. É comunicação que não se fez e faz a  partir de um a priori , mas se realiza na verdade do outro, tendo como ponto de partida o olhar do outro. É comunicação misericordiosa.
            Misericórdia significa sentir com o sentimento alheio, estar próximo da miséria do coração do irmão. Jesus é esta proximidade de Deus. “Haja entre vós o mesmo sentir e pensar que no Cristo Jesus. Ele, existindo de forma divina, não se apegou ao ser igual a Deus, mas despojou-se, assumindo a forma de escravo e tornando-se semelhante ao ser humano. Humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte – e morte de Cruz!” Para habitar entre nós ele esvaziou-se, empobreceu-se, despojou-se da sua condição divina.
Para comunicar segundo a proposta de Jesus Cristo é preciso descer das riquezas, das verdades, das certezas. É preciso tornar-se pobre para dialogar com os pobres, é preciso tornar-se outro para estabelecer conexão com os outros.
            Um projeto evangélico do fazer comunicação não pode prescindir  desse descer, desse esvaziar-se. Não pode ser comunicação “para”. Só pode ser comunicação “com”. Construída em mutirão, feita em comunidade, com linguagem popular e metodologia participativa. É comunicação arriscada, pois construtora de verdade a partir do coletivo, do nós, na contramão da comunicação do mundo que tem como ponto de partida uma um emissor soberano da verdade.
          Na contemplação do Verbo que se fez carne, empobrecendo-se para estar com as pessoas, só pode emergir uma comunicação inclusiva, harmoniosa e gregária.  Comunicação que constrói um todo a partir de cada um. O comunicador cristão aprende do Cristo ou, inevitavelmente, fará a comunicação de si mesmo e não do Evangelho.
* Padre Manoel de Oliveira Filho - Coordenador Arquidiocesano de PASCOM

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

CNBB faz pronunciamento sobre ética e TV

NOTA DA CNBB SOBRE ÉTICA E PROGRAMAS DE TV

Têm chegado à CNBB diversos pedidos de uma manifestação a respeito do baixo nível moral que se verifica em alguns programas das emissoras de televisão, particularmente naqueles denominados Reality Shows, que têm o lucro como seu principal objetivo.
Nós, bispos do Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP), reunidos em Brasília, de 15 a 17 de fevereiro de 2011, compreendendo a gravidade do problema e em atenção a esses pedidos, acolhendo o clamor de pessoas, famílias e organizações, vimos nos manifestar a respeito.
Destacamos primeiramente o papel desempenhado pela TV em nosso País e os importantes serviços por ela prestados à Sociedade. Nesse sentido, muitos programas têm sido objeto de reconhecimento explícito por parte da Igreja com a concessão do Prêmio Clara de Assis para a Televisão, atribuído anualmente.
Lamentamos, entretanto, que esses serviços, prestados com apurada qualidade técnica e inegável valor cultural e moral, sejam ofuscados por alguns programas, entre os quais os chamadosreality shows, que atentam contra a dignidade de pessoa humana, tanto de seus participantes, fascinados por um prêmio em dinheiro ou por fugaz celebridade, quanto do público receptor que é a família brasileira.
Cônscios de nossa missão e responsabilidade evangelizadoras, exortamos a todos no sentido de se buscar um esforço comum pela superação desse mal na sociedade, sempre no respeito à legítima liberdade de expressão, que não assegura a ninguém o direito de agressão impune aos valores morais que sustentam a Sociedade.
Dirigimo-nos, antes de tudo, às emissoras de televisão, sugerindo-lhes uma reflexão mais profunda sobre seu papel e seus limites, na vida social, tendo por parâmetro o sentido da concessão que lhes é dada pelo Estado.
Ao Ministério Público pedimos uma atenção mais acurada no acompanhamento e adequadas providências em relação à programação televisiva, identificando os evidentes malefícios que ela traz em desrespeito aos princípios basilares da Constituição Federal (Art. 1º, II e III).
Aos pais, mães e educadores, atentos a sua responsabilidade na formação moral dos filhos e alunos, sugerimos que busquem através do diálogo formar neles o senso crítico indispensável e capaz de protegê-los contra essa exploração abusiva e imoral.
Por fim, dirigimo-nos também aos anunciantes e agentes publicitários, alertando-os sobre o significado da associação de suas marcas a esse processo de degradação dos valores da sociedade.
Rogamos a Deus, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, luz e proteção a todos os profissionais e empresários da comunicação, para que, usando esses maravilhosos meios, possamos juntos construir uma sociedade mais justa e humana.
Brasília, 17 de fevereiro de 2011

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB
Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-Presidente da CNBB
Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Encontro com a Palavra


Mais uma dica para você que sempre acessa o nosso blog. Diariamente o seminarista Lourival partilha com os internautas a reflexão do evangelho. Seus textos estão disponíveis no blog Encontro Com a Palavra. Vale a pena conferir!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Atualize os seus conhecimentos

A cada ano sempre nos comprometemos em fazer algo novo, buscamos concretizar os sonhos que estão guardados. E você? Ainda se lembra do compromisso que fez na noite do dia 31 de dezembro de 2010? Que tal acrescentar, a este, um outro compromisso: atualizar os seus conhecimentos! Pois é, aos agentes da Pastoral da Comunicação e aos nossos simpatizantes indico dois livros digitais que podem ser baixados gratuitamente.

Ferramentas Digitais para Jornalistas - O livro da jornalista Sandra Crucianelli traz dicas valiosas para a exploração do ciberpaço. Conheça melhor o potencial de ferramentas digitais que você utiliza no seu cotidiano.  Baixe através do link: http://knightcenter.utexas.edu/hdpp.php

Cartilha de Redação Web - Num texto enxuto e com linguagem simples a Cartilha de Redação Web lançada pelo Ministério do Planejamento em 2010 tem o objetivo de contribuir com práticas eficientes no uso dos meios eletrônicos governamentais. Esta cartilha de pretende ser um guia e um norte na tarefa de elaborar informação clara, estruturada e eficaz para o meio digital. Baixe através do link: http://www.governoeletronico.gov.br/acoes-e-projetos/padroes-brasil-e-gov/cartilha-de-redacao-web